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terça-feira, 25 de junho de 2013

Xavantes saqueiam mercado e casas após índio levar seis tiros em MT


14/05/2013 20h03 - Atualizado em 14/05/2013 20h14

Xavantes saqueiam mercado e casas após índio levar seis tiros em MT

Ação ocorreu em represália a violência sofrida por índio em Nova Xavantina.
Em reunião nesta terça, índios prometeram devolver produtos roubados.

Dhiego Maia Do G1 MT
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Xavantes acumulam em calçada alimentos saqueados em supermercado de Nova Xavantina (Foto: Jânio Gomes/NotíciasNX)Xavantes acumulam em calçada alimentos saqueados em supermercado de Nova Xavantina (Foto: Jânio Gomes/NotíciasNX)
Um grupo de pelo menos 30 índios da etnia Xavante invadiu três residências e saqueou alimentos de um supermercado em Nova Xavantina, a 651 quilômetros de Cuiabá, nesta terça-feira (14). De acordo com a Polícia Militar, os indígenas promoveram as invasões em retaliação à tentativa de assassinato contra um xavante no último domingo (12). A ação dos indígenas causou pânico à cidade de 19.643 habitantes, segundo o IBGE. A Funai afirmou que monitora a situação.
O xavante Levi Tserewa Omowe Waadahite, de 32 anos, foi atingido com seis tiros em uma rua do bairro União. De acordo com o Boletim de Ocorrência da PM, dois homens em uma moto que passavam pelo local teriam efetuado os disparos. A vítima foi socorrida e levada para o hospital municipal. O estado de saúde dele se agravou, e o indígena acabou sendo transferido para o Pronto-Socorro de Barra do Garças, a 516 quilômetros de Cuiabá. Ele está em estado de observação e, segundo a unidade hospitalar, o estado de saúde da vítima é estável.
O primo do indígena baleado confirmou ao G1 que o protesto foi motivado pela tentativa de assassinato contra o integrante da aldeia. “Ninguém esperava o que aconteceu. O nosso povo deixou a aldeia no propósito de protestar contra tudo que o Levi passou [em Nova Xavantina]”, afirmou o primo da vítima, Rinaldo Tsiwamo, que é funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Nova Xavantina.
Homens, mulheres, idosos e crianças. O grupo de indígenas da aldeia Campinápolis chegaram em Nova Xavantina em vários carros. Os locais invadidos, segundo a polícia, seriam de familiares e amigos dos suspeitos que balearam o indígena.
Em entrevista ao G1, o comandante da PM em Nova Xavantina, Roosevelth Fabiano Oliveira Escolástico, declarou que os xavantes roubaram quatro motos que estavam nas residências e levaram, praticamente, 95% dos mantimentos do estabelecimento comercial.
Em reunião, Xavantes prometeram devolver o que foi levado das casas e mercado (Foto: Jânio Gomes/NotíciasNX)Em reunião, Xavantes prometeram devolver o que foi levado
das casas e mercado (Foto: Jânio Gomes/NotíciasNX)
“Eles quebraram portas, danificaram móveis, levaram eletrodomésticos. Em momento algum eles agrediram ninguém. Toda a ação dos índios foi ligada à tentativa de assassinato. As casas invadidas eram as que os suspeitos moravam. O mercado só foi saqueado, segundo eles, porque o proprietário teria dito onde o índio estava antes de ser baleado”, explicou o comandante.
Em relação a um possível confronto entre a PM e os indígenas, o comandante ressaltou que os policiais acompanharam a ação de perto e, não dispararam contra os xavantes porque 'não houve violência física'. Ele destacou também que a polícia local não dispõe de armamento não-letal e uma possível ação da polícia poderia 'causar uma tragédia'.
No final da tarde desta terça-feira, uma reunião entre as autoridades locais e os índios pôs fim ao conflito. Os indígenas prometeram em uma semana devolver os mantimentos e deram prazo de dois dias para entregar as motocicletas e os eletrodomésticos retirados das residências. Ao final da reunião, porém, o líder da aldeia, Roberto Xavante, afirmou que se o índio baleado morrer, 'Nova Xavantina vai conhecer de perto o que eles podem fazer'. O encontro foi registrado em uma ata.
Prisão
De acordo com a polícia, os indígenas serão investigados em um inquérito policial pelos crimes de furto, roubo e saque. Um dos suspeitos de ter participado da tentativa de assassinato contra o indígena foi preso em Primavera do Leste, a 239 quilômetros de Cuiabá, tentando embarcar em um caminhão de carona. Segundo o delegado Marcos Aurélio Dias Leão, o suspeito foi levado para uma unidade prisional que não foi divulgada por motivo de segurança.
A polícia investiga duas hipóteses que levaram o indígena a ser baleado. A primeira é que ele estaria envolvido com o tráfico de drogas. A segunda é que o xavante teria furtado uma bicicleta. O segundo suspeito de atirar em Levi ainda segue procurado.

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